Sintomas tais como obstrução nasal, espirros, coriza abundante e clara, que se iniciam durante a gravidez são descritos e agrupados pela literatura como rinite vasomotora gestacional. Porém quando os sintomas nasais pre-existentes pioram durante o período gravídico há descrição de outra entidade denominada rinite exacerbada pela gestação. Essas rinopatias descritas estão relacionada a alterações na fisiologia nasal relativamente comuns no período gestacional.
Estudos indicam que de 18% e 30% das mulheres grávidas apresentam os sintomas nasais significativos. O sintoma mais comum é a obstrução nasal, que não estava presente antes da gestação, tipicamente ocorrendo no segundo ou terceiro trimestre. A gravidez pode também piorar uma rinopatia preexistente em até 10% dos casos.
E a boa notícia é que há resolução completa dos sintomas em até duas semanas após o parto.
Mas por que sintomas de obstrução nasal são comuns durante a gestação?
Uma das hipóteses associadas é aumento da circulação sanguínea na mucosa nasal pelo efeito da progesterona sobre a musculatura lisa dos vasos sanguíneos, ocasionando um relaxamento muscular e posterior congestão nasal. O estresse associado ao período gestacional, mesmo em mulheres saudáveis, poderia ter um efeito similar. O termo rinite vasomotora gestacional advém justamente de tais hipóteses fisiopatológicas, refletindo os efeitos dos hormônios sexuais sobre os capilares da mucosa nasal.
Há uma congestão nasal evidente, ocorrendo em geral nos primeiros meses da gestação, desaparecendo no período pós-parto, podendo surgir em mulheres sem história pessoal ou familiar alérgica. A obstrução nasal prolongada pode provocar problemas secundários, como o surgimento de respiração de padrão bucal e suas consequências, que por sua vez atuaria como fator agravante e/ou desencadeante de crises de asma.
Além da obstrução nasal é comum o sangramento nasal, estando relacionado também a alterações hormonais que ocorrem durante a gestação, que provocam uma dilatação dos vasos sanguíneos e um aumento da vascularização da mucosa nasal, podendo ocasionar a ruptura das pequenos vasos sanguíneos.
Por isso é super importante a avaliação otorrinolaringológica da gestante, para identificar aparecimento de sintomas nasais e estabelecer uma abordagem terapêutica multidisciplinar. O estabelecimento de um diagnóstico correto de rinopatias que podem ocorrer durante a gestação vão direcionar o tratamento mais adequado e especifico para a realidade da gestante em questão
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